quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Brasil capturado para remeter lucros ao Exterior :Benayon 28/01/2016

publicado em 28 de janeiro de 2016 às 10:03



Finanças públicas – Expansão vs. Contração

por Adriano Benayon * — 18.01.2016

Há um debate, mais que secular, entre economistas ligados ao sistema financeiro, partidários do controle monetário, e os que recomendam a expansão dos meios de pagamento e do crédito, em favor da produção e do emprego.

2. Tanto as políticas monetárias de contração como as expansivas podem ser reforçadas ou atenuadas por meio da política fiscal: redução de despesas públicas e elevação ou manutenção de impostos, versus o contrário disso.

3. A maioria manifesta-se em favor de políticas anticíclicas: se a economia está em crescimento e aparecem tendências inflacionárias, seria o momento de adotar política contracionista, e, em caso de retração na atividade econômica, conviria expandir a moeda e o crédito, aumentar a despesa pública etc.

4. Os “desenvolvimentistas” e keynesianos preocupam-se com os indicadores de interesse da economia produtiva, enquanto os monetaristas visam à estabilidade do valor da moeda, ponto essencial para os que aplicam dinheiro em títulos, especialmente os de renda fixa.

5. A discussão parece-me estéril, por girar em torno apenas dessas questões, de natureza macroeconômica. Prefiro o enfoque da economia nacional, atenta à estrutura de mercado: 1) se é concentrada, oligopolizada, cartelizada, ou se abre razoável espaço à concorrência, propiciando surgirem novas empresas e tecnologias; 2) se prevalece ou não o capital nacional.

7. No caso de descentralizada e de predominantemente nacional, há campo para atender as necessidades reais da população, em lugar de a economia, como vem ocorrendo, ser manipulada pelo marketing, pelo merchandising e mais técnicas de venda, e determinada a consumir (independentemente de o quê) e a ser mera geradora de faturamento para os carteis transnacionais.

8. Essa é a situação em quase todo o mundo ocidental, sendo que no Brasil os residentes são ainda mais saqueados, dada a desindustrialização dos últimos sessenta anos, e a desnacionalização, dois fatores da enorme desigualdade nas relações de troca do comércio mundial de bens e serviços, e também de transferência vultosa de recursos ao exterior.

9. Desse modo instituiu-se estrutura microeconômica infalível para resultar em subdesenvolvimento, e agravada pela infraestrutura do modelo dependente, que desaproveita os recursos naturais do País, com sistemas de energia, transportes e comunicações ineficientes e superfaturados.

10. Essa situação doentia acarretou mais uma moléstia: a dívida pública gigantesca, criada pela composição de juros, a taxas arbitrariamente elevadas, impeditiva de investimentos públicos e privados, na dimensão requerida pelo desenvolvimento.

11. De qualquer modo, com a estrutura de mercado existente, maior investimento que o atual traria poucos benefícios à economia do País, consideração amiúde ignorada na discussão entre keynesianos e monetaristas.

12. Estes pretendem combater a inflação por meio das políticas contracionistas, potenciadas pelas taxas de juros altíssimas, impingidas pelo Banco Central. Já os desenvolvimentistas, como José Carlos Assis, consideram imperioso dinamizar a economia, abalada por declínio na produção e no emprego.

13. Assis demonstra a irrelevância da argumentação de Marcos Lisboa, segundo a qual políticas fiscais expansivas não funcionam em países com dívidas elevadas, pouca ociosidade no sistema produtivo (erroneamente, diz Lisboa, sinalizada pela alta inflação e juros altos).

14. Com razão, Assis retorque que esses juros resultam da política arbitrária do BACEN: poderiam cair muito, o que, entretanto, exigiria autoridade do governo sobre o BACEN e mudanças na Constituição (autoridade ao Tesouro para emitir moeda).

15. Assis lembra também que a ociosidade é alta e se reflete na contração do PIB, enquanto a inflação decorreria do alto grau de indexação formal e informal dos preços, sobretudo das tarifas públicas. Aduzo que ela provém muito da estrutura oligopolizada dos mercados. De fato, a capacidade ocupada está baixa: 66%.

16. Acrescenta, ainda, Assis que na União Europeia houve bons resultados da política expansiva, mas, tendo sido essa revertida, a zona do euro voltou à estagnação e a ter agravadas as condições sociais.

17. No Brasil houve boas taxas de crescimento do PIB, com a política aplicada em 2009/2010, quando o Tesouro injetou R$ 180 bilhões no BNDES, principalmente para a infraestrutura.

18. Diz, ainda, Assis, nunca ter apoiado a estúpida política de subsidiar a indústria automobilística e a linha branca, supostamente para preservar empregos, quando se estava, na realidade, subsidiando lucros remetidos para o exterior por multinacionais. E: “não se faz política fiscal micro: se tiver de funcionar, é no nível macro.”

19. Entendo que, com a presente estrutura de mercado, não há política macroeconômica alguma que possa dar certo.

* Adriano Benayon é doutor em economia pela Universidade de Hamburgo e autor do livro Globalização versus Desenvolvimento.



http://www.viomundo.com.br/denuncias/benayon-brasil-capturado-para-remeter-lucros-ao-exterior.html

Galeria de bandidos do FMI: vigaristas, violadores e trapaceiros 28/01/2016

por James Petras


O FMI é a principal organização monetária internacional cujo objetivo público é manter a estabilidade do sistema financeiro global através de empréstimos relacionados com propostas a promover a recuperação económica e o crescimento.

Na realidade, o FMI tem estado sob o controlo dos EUA e dos estados da Europa Ocidental e as suas políticas têm sido concebidas para aumentar a expansão, o domínio e os lucros das suas principais empresas multinacionais e instituições financeiras.

Os EUA e os estados europeus praticam uma divisão de poderes: os diretores executivos do FMI são europeus; os seus homólogos no Banco Mundial (BM) são norte-americanos.

Os diretores executivos do FMI e do BM funcionam em estreita ligação com os seus governos e, em especial, com os departamentos do Tesouro, para decidir prioridades, para decidir quais os países que vão receber empréstimos, quais as suas condições e quanto.

Os empréstimos e condições estabelecidos pelo FMI são estreitamente coordenados com o sistema bancário privado. Quando o FMI assina um acordo com um país devedor, isso é um sinal para que os grandes bancos privados emprestem, invistam e avancem com uma série de transações financeiras favoráveis. Pelo acima exposto, pode-se deduzir que o FMI desempenha o papel de comando geral para o sistema financeiro global.

O FMI abre o caminho para os principais bancos conquistarem os sistemas financeiros dos estados vulneráveis em todo o mundo.

O FMI assume o fardo de fazer todo o trabalho sujo através da sua intervenção. Isto inclui a usurpação da soberania, a exigência de privatizações e a redução das despesas sociais, dos salários e das pensões, assim como a garantia da prioridade do pagamento da dívida. O FMI atua como uma 'cortina' dos grandes bancos, desviando a crítica política e o desassossego social.

Diretores executivos como capangas

Que espécie de pessoas têm os bancos como diretores executivos do FMI? A quem confiam a tarefa de violar os direitos de soberania dum país, de empobrecer o seu povo e de corroer as suas instituições democráticas?

A lista inclui um vigarista financeiro condenado; a atual diretora, que está a ser julgada por acusações de má utilização de fundos públicos, enquanto ministra das Finanças; um violador; um defensor da diplomacia da canhoneira e o promotor do maior colapso financeiro na história de um país.

Diretores executivos do FMI em tribunal

A atual diretora executiva do FMI (julho 2011-2015), Christine Lagarde, está a ser julgada em França, por negligência quanto a um pagamento de 400 milhões de dólares ao magnata Bernard Tapie, quando era ministra das Finanças no governo do presidente Sarkozy.

O anterior diretor executivo (novembro 2007-maio 2011), Dominique Strauss-Kahn, foi forçado a demitir-se depois de ser acusado de violar uma empregada de quartos num hotel de Nova Iorque e foi posteriormente preso e julgado por proxenetismo na cidade de Lille, em França.

O seu antecessor, Rodrigo Rato (junho 2004-outubro 2007), era um banqueiro espanhol que foi preso e acusado de evasão fiscal, escondendo ?27 milhões de euros em 70 bancos ultramarinos e defraudando milhares de pequenos investidores a quem convenceu a pôr dinheiro num banco espanhol, o Bankia, que foi à falência.

O seu antecessor, alemão, Horst Kohler, demitiu-se depois de ter afirmado uma verdade inadmissível – nomeadamente, que a intervenção militar ultramarina era necessária para defender os interesses económicos alemães, como vias de comércio livre. Uma coisa é o FMI agir como instrumento dos interesses imperialistas, outra coisa é um executivo do FMI falar sobre isso publicamente!

Michel Camdessus (janeiro 1987-fevereiro 2000) foi o autor do "Consenso de Washington", a doutrina subjacente à contra-revolução neoliberal global. O seu mandato assistiu ao apoio e financiamento de alguns dos piores ditadores da época, incluindo as suas fotos com o general Suharto, o homem forte e o assassino de massas da Indonésia.

Com Camdessus, o FMI colaborou com o presidente da Argentina, Carlos Menem, na liberalização da economia, na desregulamentação dos mercados financeiros e na privatização de mais de mil empresas. As crises, que se seguiram, levaram à pior depressão da história da Argentina, com mais de 20 mil falências, 25% de desemprego e taxas de pobreza acima dos 50% em bairros da classe trabalhadora… Camdessus, posteriormente, lamentou os seus "erros políticos" em relação ao colapso da Argentina. Nunca foi preso ou acusado de crimes contra a humanidade.

Conclusão

O comportamento criminoso dos executivos do FMI não é uma anomalia nem obstáculo para a sua seleção. Pelo contrário, foram escolhidos porque refletem os valores, os interesses e o comportamento da elite financeira global: vigarices, evasão fiscal, suborno, transferências em grande escala de riqueza pública para contas privadas, são a norma para a instituição financeira. Estas qualidades adequam-se à necessidade que os banqueiros têm de confiar nos seus homólogos "sósias" no FMI.

A elite financeira internacional precisa de executivos no FMI que não hesitem em usar padrões duplos e que passem por alto as grosseiras violações dos procedimentos usuais. Por exemplo, a atual diretora executiva, Christine Lagarde, empresta 30 mil milhões de dólares ao regime fantoche na Ucrânia, apesar de a imprensa financeira descrever com grande pormenor como os oligarcas corruptos roubaram milhares de milhões, com a cumplicidade da classe política ( Financial Times, 12/21/15, pg. 7). A mesma Lagarde muda de regras quanto ao reembolso da dívida [NR] , permitindo que a Ucrânia não cumpra o pagamento da sua dívida soberana à Rússia. A mesma Lagarde insiste que o governo grego de centro-direita reduza ainda mais as pensões na Grécia, abaixo do nível de pobreza, levando a que o regime acomodatício de Alexis Tsipras apele ao FMI para se manter fora do resgate ( Financial Times, 12/21/15, pg.1).

Evidentemente, o corte selvagem dos padrões de vida, que os executivos do FMI decretam por toda a parte, não deixa de estar ligado à sua história pessoal criminosa. Violadores, vigaristas, militaristas, são as pessoas certas para dirigirem uma instituição que empobrece 99% e enriquece 1% dos super-ricos.
[NR] Ver O colapso da ordem financeira global começa dia 21

O original encontra-se em petras.lahaine.org/?p=2069 . Tradução de Margarida Ferreira.

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/





http://resistir.info/petras/petras_25dez15_p.html

¿Quién pagará por la debacle capitalista mundial que se viene? 28/01/2016



Basem Tajeldine y Laila Tajeldine
Rebelión


Muchos estudiosos se equivocan cuando afirman que la actual crisis económica que sacude a los centros capitalistas mundiales occidentales (entiéndase Estados Unidos, Unión Europea) afecta a todos los sectores sociales por igual, ricos y pobres, y al sistema en su totalidad, lo que generará las condiciones para una revolución social en aquellos países. Sin embargo, la realidad es otra. Si bien existe una crisis estructural del capitalismo global, todos los datos recogidos por reconocidas agencias de estudios económicos indican que la burguesía consolida su dominio haciendo pagar a los trabajadores de sus países y a la periferia capitalista el desastre provocado por el sistema.

En investigaciones publicadas por los diarios La Jornada, la Agencia AP, también recogida por el Correo del Orinoco, se destaca datos alarmantes que están haciendo temblar a las economías centrales.

El artículo menciona que los mercados bursátiles del mundo han tenido en el mes de enero "el peor inicio de año desde la gran depresión de finales de los años 20 del siglo pasado". En sólo tres semanas las pérdidas en las diferentes plazas rozan 8 billones (millones de millones) de dólares, destrucción de riqueza que, comparativamente, equivale a la mitad del valor de la economía de Estados Unidos. Datos para llorar.

Continúa el artículo manifestando que:

"La tendencia de los mercados financieros en días recientes, marcada por un desplome de los precios del petróleo y otras materias primas; la devaluación de las monedas de países emergentes frente al dólar y la desaceleración de la economía china, cuyo crecimiento de 6.9 por ciento en 2015 fue el más bajo en 25 años, avivó temores de que la economía global se encamine a una recesión, cuando todavía no ha superado en su totalidad los efectos de la iniciada en 2009, expusieron analistas.

En medio del creciente clima pesimista que inunda los mercados financieros, se perdieron cerca de 7.8 billones de dólares del valor de las acciones en las tres semanas anteriores al 21 de enero, señaló Bank of América Merrill Lynch (BAML).

"No descartamos una recesión el próximo año. Habrá problemas y nos preocupa la falta de municiones políticas para lidiar con un impacto de envergadura", dijeron Ethan Harris y Emanuella Enenajor en una nota del Ba nco de In versión, uno de los más importantes de Wall Street.

David Buik, analista del B anco de I nversión Panmure Gordon, apuntó que la "carnicería financiera" en los mercados de valores en las primeras semanas del año marcó el peor inicio desde 1928.

La Bolsa Mexicana de Valores registra una pérdida de 3.16 por ciento, mientras el índice Bovespa de la bolsa de Sao Paulo, la mayor de América Latina, agrupa una baja de más , de 8 por ciento y se encuentra en s u nivel más bajo desde marzo de 2009.

En Londres el índice Ftse 100 perdió 9.11 por ciento hasta el pasado miércoles, cuando se desplomaron los mercados globales, con lo que las bolsas europeas se ubicaron en niveles mínimos en 15 meses". [1]

Según ha revelado una investigación de la agencia “Economía para el 1 % de Oxfam” solo 62 personas más ricas del mundo poseen la misma cantidad de dinero que la mitad de la población mundial [2] Otros informes indican que la desigualdades continuarán en ascenso, devorando especialmente a la clase media de los países desarrollados. La cruel realidad es el mantenimiento de esta lógica de acumulación desmedida, de éxito de las élites.

El economista y Premio Nobel en el 2008, Paul Krugman, escribía en el Periódico “The New York Times” que la desigualdad afecta los niveles de “productividad” [3], y más allá de proponer soluciones radicales a la pobreza creciente en EE.UU., lo que realmente importa para el economista es la posibilidad que ofrece el sistema para “redistribuir” una pequeña parte de las riquezas capturadas por las élites por medio de impuestos, lo que podría elevar la productividad, haciendo más rico a los ricos, pero sin afectar tanto a los pobres. Un total absurdo.

El economista Krugman es consciente de lo inevitable de la desigualdad, porque la naturaleza del sistema la reproduce. Sin embargo, en su artículo se limita a criticar “los excesos” del capitalismo y a proponer sólo mayores impuestos a los ricos, por lo que recuerda el período de mayor crecimiento y avance tecnológico más rápido en los Estados Unidos se dio durante los cincuenta y los sesenta, cuando "los impuestos eran mucho más elevados para quienes disponían de mayores ingresos y la desigualdad era mucho menor en comparación con la época actual" escribe en el mismo artículo.

La desigualdad es precisamente la afirmación del dominio de la burguesía: su poder y victoria sobre el resto de las clases. La crisis, como ha sido una constante en la historia, la pagaron, la pagan y la seguirán pagando los trabajadores de los centros capitalistas con políticas destinadas a reducir sus salarios, la flexibilización laboral y el fin de los programas asistencialistas. Pero también la pagarán los trabajadores de la periferia capitalista con la desestabilización y el derrocamiento de gobiernos progresistas y revolucionarios y las guerras imperialistas, a fin de colocar esos territorios y recursos a sus insaciables disposiciones. De ésta manera, la burguesía pretende lograr su objetivo de someter y controlar a toda la humanidad por medio de la enajenación del trabajador, competencia por escasos empleos, la represión y las guerras.

Frente a ello existe una maquinaria mundial encargada de invisibilizar esta realidad que afecta cada vez a más personas en el mundo, achacando la responsabilidad a “malas decisiones económicas” y desviando su vez la atención en asuntos de seguridad “lucha contra el terrorismo”, que al final responden a fortalecer la hegemonía burguesa y el sistema económico imperante.

Solo un pueblo consciente y organizado será capaz de revertir las medidas que vayan su detrimento, para ello se hace necesario la toma del poder por el proletariado, única garantía de seguridad social. La crisis sistémica solo confirma lo que la humanidad nos pide a gritos, la necesidad de cambiar el modelo económico y productivo de desarrollo desigual, expoliador e inequitativo, y sustituirlo por otro, justo, de control de los medios de producción y distribución social equitativa.

Fuentes:

[1] Nueva crisis global. http://www.correodelorinoco.gob.ve/politica/bolsas-globales-tienen-peor-inicio-ano-pierden-8-billones-dolares/

[2] Investigación de “Economía para el 1 % de Oxfam”. http://www.oxfam.org/es/sala-de-prensa/notas-de-prensa/2016-01-18/62-personas-poseen-la-misma-riqueza-que-la-mitad-de-la

[3] Artículo de Paul Krugman. http://mobile.nytimes.com/2016/01/15/universal/es/opinion-paul-krugman-es-necesaria-tanta-desigualdad.html?referer=



http://www.rebelion.org/noticia.php?id=208282



Rebelión ha publicado este artículo con el permiso de las autoras mediante una licencia de Creative Commons, respetando su libertad para publicarlo en otras fuentes.



quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Análisis de la "clase de Davos" ¿A quién representa realmente el Foro Económico Mundial? 27/01/2016



TNI




Según el Foro Económico Mundial (WEF), 2.500 personas, entre las cuales 40 jefes de Estado, asistirán al encuentro anual en Davos del 20 al 23 de enero de 2016. El Foro afirma que su misión consiste en “mejorar el estado del mundo” y en “desarrollar agendas globales, regionales e industriales” [1].

¿A quién dice representar el Foro Económico Mundial?

El Foro Económico Mundial (WEF) afirma que es “responsable ante todos los sectores de la sociedad”, dedicándose a “combinar y armonizar lo mejor de muchos tipos de entidades, tanto del sector público como privado, organizaciones internacionales e instituciones académicas”.

Sin embargo, las propias estadísticas del WEF sobre la asistencia a Davos en 2015 ponen de manifiesto que el encuentro se halla dominado por hombres (83%), procedentes fundamentalmente de Europa y los Estados Unidos (75%) [2].

Por otro lado, su base de miembros permanentes la conforman exclusivamente 1.000 de las mayores empresas del mundo, la mayor parte de las cuales tiene una facturación anual de más de 5.000 millones de dólares. Análisis del TNI: la junta directiva del Foro Económico Mundial

Para entender mejor el Foro Económico Mundial (WEF), el TNI ha realizado un análisis de las 24 personas que integran su junta directiva con el fin de determinar si este grupo, al que se le ha encomendado proteger “la misión y los valores” del Foro, es realmente representativo y responsable ante la sociedad.

Nuestro análisis revela que:
Solo 6 de los 24 integrantes de la junta directiva son mujeres (25%).
16 son de Norteamérica y Europa (67%). Ninguno de los miembros de la junta procede de África.
La mitad de la junta (12) está compuesta por directivos empresariales. Sin embargo, si se repasan sus carreras, 16 cuentan con experiencia en grandes empresas (67%).
22 de los 24 integrantes de la junta fueron a la universidad en los Estados Unidos o Europa; de estos, 10 fueron a la misma universidad: Harvard.
Solo uno de sus miembros puede decirse que represente a la sociedad civil (Peter Maurer, de la Cruz Roja). En la junta no participa ningún representante de sindicatos, entidades del sector público, grupos de derechos humanos, organizaciones campesinas o indígenas, estudiantes ni jóvenes.

Si se examina con mayor detalle la trayectoria de algunos de los miembros de la junta, también se constata una alta incidencia de un estrecho pensamiento ideológico y de conflictos de interés. Varios de ellos son directivos de grandes empresas con un largo historial de abusos sociales y ambientales, lo cual siembra dudas sobre la supuesta misión de la junta de “promover una verdadera ciudadanía global”.
Peter Brabeck-Letmathe, presidente de Nestlé, es conocido por tildar el derecho humano al agua de posición “extrema”. Nestlé tiene un controvertido historial en ámbitos como el embotellamiento de agua, la comercialización de sustitutos de la leche materna y el trabajo infantil en plantaciones de cacao en Costa de Marfil.
Christine Lagarde, directora general del Fondo Monetario Internacional (FMI), está actualmente acusada por los tribunales franceses de “negligencia” por su papel en un acuerdo de arbitraje de 403 millones de euros cerrado en 2008 a favor del empresario Bernard Tapie.
Mukhesh Ambani, presidente de Reliance Industries, es conocido por ser el hombre más rico de la India. Tiene una casa valorada en mil millones de dólares, con 27 pisos, para una familia de seis personas, en un país en el que el 40% de los niños y niñas padecen desnutrición.
Heiko Takenaka, director del Instituto de Investigación para la Seguridad Global de la Universidad de Keio, en Japón, ha enfrentado una importante controversia política por su plan de privatización de los servicios postales y por alternar su permiso de residencia entre Japón y los Estados Unidos para evitar pagar los impuestos sobre la renta.


> Ver infografía sobre la junta directiva del Foro Económico Mundial: http://davosclass.tni.org/es ¿Por qué esto es importante?

Al Foro Económico Mundial (WEF) le gusta presentarse como un actor preocupado por la situación del mundo, consternado por la desigualdad creciente y comprometido con la construcción de una globalización progresiva. Sin embargo, el hecho de que sus propias estructuras de gobierno estén dominadas por los oligarcas y los directivos empresariales más ricos del mundo, empecinados en minimizar las regulaciones para maximizar las ganancias de sus empresas, plantea serias dudas sobre los intereses a los que sirven realmente.

Susan George, politóloga, activista y presidenta de la junta del TNI, llama a estas élites “la clase de Davos”, una clase de “individuos resueltos, poderosos y educados” que, “pese a los agradables modales y la bien entallada ropa de sus miembros, es depredadora” [3].

El verdadero problema no solo está en que “la clase de Davos” tenga ocasión de reunirse y elaborar sus estrategias, sino más bien en que impulsen agendas globales que sirven en gran medida a sus propios intereses económicos y que inciden de forma desproporcionada en los sectores pobres, sin ningún tipo de responsabilidad democrática.

Existen pruebas de que los debates en el WEF han impulsado la negociación de nuevos acuerdos de libre comercio que han propiciado la pérdida de empleos y un tremendo auge en las demandas de empresas contra Estados; facilitado la formación del G-20 que integró a algunos pequeños actores en la formulación de políticas globales pero que sigue excluyendo a la gran mayoría de países; y proporcionaron un foro en el que los bancos cabildearon con éxito para limitar la debida regulación de la industria financiera tras la crisis mundial [4].

Foro Económico Mundial: ¿el futuro de la gobernanza global?

El Foro Económico Mundial (WEF) también ha dejado claro que se considera a sí mismo un modelo de cómo debería gobernarse el mundo, promoviendo activamente su Iniciativa de Rediseño Global, que aboga por pasar de una gobernanza multilateral, basada en la toma de decisiones de cada Estado, a una gobernanza de múltiples partes interesadas, en que las grandes empresas tendrían un papel mucho más destacado y se convertirían, en efecto, en una suerte de ciudadanos globales [5]. Este proceso ya está en marcha, como atestigua la emergencia de cada vez más foros autodesignados como el Foro Mundial del Agua, el Consejo de Administración del Mar (MSC) o la Corporación de Internet para la Asignación de Nombres y Números (ICANN).

La junta directiva del Foro Económico Mundial refleja, en cierto sentido, una idea de cómo desea que funcione el mundo: un mundo dirigido por un pequeño grupo de directivos empresariales, hombres en su mayoría, con la misma educación y visión ideológica, y con la comparsa de diversos actores no empresariales para dar a sus acciones una pátina de legitimidad.

http://davosclass.tni.org/es

1. http://www.weforum.org/about/world-economic-forum


2. http://www.weforum.org/agenda/2015/01/infographic-who-is-at-davos-2015


3. https://www.tni.org/en/node/11327


4. https://www.tni.org/en/article/world-economic-forum-history-and-analysis


5. https://www.tni.org/es/art%C3%ADculo/caballo-de-troya-las-transnacionale...

Fuente: https://www.tni.org/es/publicacion/a-quien-representa-realmente-el-foro-economico-mundial



http://www.rebelion.org/noticia.php?id=208238

sábado, 23 de janeiro de 2016

O mundo enfrenta uma onda gigantesca de incumprimentos 23/01/2016



– A situação é pior do que em 2007, afirma responsável da OCDE
– A tarefa com que se deparam as autoridades globais é como administrar cancelamentos de dívida sem desencadear uma tempestade política


por Ambrose Evans-Pritchard [*]

O sistema financeiro global tornou-se perigosamente instável e enfrenta uma avalanche de bancarrotas que porão em causa a estabilidade social e política, advertiu um importante teórico monetário.

"A situação está pior do que em 2007. Nossa munição macroeconómica para combater declínios (dowturns) no essencial já foi toda gasta", afirmou William White, o presidente do comité de revisão da OCDE e antigo economista chefe do Bank for International Settlements (BIS).

"Dívida continuaram a acumular-se ao longo dos últimos oito anos e elas atingiram tais níveis por toda a parte do mundo que se tornaram uma poderosa causa de prejuízos", disse ele.

"Tornar-se-á óbvio na próxima recessão que muitas destas dívidas nunca serão cumpridas ou reembolsadas e isto será inconfortável para um bocado de pessoas que pensam possuírem activos que valem alguma coisa", disse ele a The Telegraph na véspera do Fórum Económico Mundial em Davos .

"A única questão é se somos capazes de olhar a realidade de frente e enfrentar o que está para vir de um modo ordenado, ou se será desordenadamente. Os jubileus de dívida têm-se verificado durante 5000 anos, já entre os sumérios".

A próxima tarefa com que se deparam autoridades globais é como administrar cancelamentos (write-offs) de dívidas e portanto um reordenamento de vencedores e perdedores na sociedade – sem lançar uma tempestade política.

O sr. White disse que credores da Europa provavelmente enfrentarão algumas das maiores perdas (haircuts). Bancos europeus já admitiram US$2 milhão de milhões (trillion) de empréstimos não cumpridos: eles estão fortemente expostos a mercados emergentes e estão quase certamente estendendo o prazo (rolling over) de mais dívidas podres que nunca foram reveladas.

O sistema bancário europeu pode ter de ser recapitalizado numa escala ainda não imaginada e novas regras de "bail-in" significa que qualquer possuidor de depósito acima da garantia de €100 mil terá de ajudar a pagar por isto.

As advertência têm repercussão especial uma vez que o sr. White foi uma das poucas vozes na fraternidade de banqueiros centrais que entre 2005 e 2008 declarou alto e bom som que a finança ocidental cavalgava loucamente para uma queda e que a economia global estava vulnerável a uma crise violenta.

O sr. White disse que estímulos da facilidade quantitativa (QE) e taxas zero por parte dos grandes bancos centrais após a crise do Lehman propagaram-se através do Extremo Oriente e de mercados emergentes, adicionando combustível a bolhas de crédito e um surto de contratação de empréstimos em dólares que era difícil de controlar num mundo de livres fluxos de capital.

O resultado é que estes países agora também foram arrastados para o pântano. A dívida pública e privada somadas atingiu alturas inéditas de 185 por cento do PIB em mercados emergentes e de 265 por cento no clube OCDE, ambas mais de 35 pontos percentuais acima do pico do último ciclo de crédito em 2007.

"Os mercados emergentes eram parte da solução após a crise do Lehman. Agora eles são também parte do problema" , afirmou o sr. White.

O sr. White, que também é o autor principal do recente relatório do G30 sobre o futuro da banca central após a crise, disse ser impossível saber o que será o disparador da próxima crise uma vez que o sistema global perdeu sua âncora e é intrinsecamente tendente para o colapso (breakdown).

Uma desvalorização chinesa tem claramente o potencial para estender-se em metástases. "Todo país importante está empenhado em guerras de divisas muito embora insistam em que o QE nada tem a ver com depreciação competitiva. Todos eles estão a jogar o jogo excepto a China – até então – e é um jogo de soma zero. A China podia realmente subir a aposta".

O sr. White disse que políticas QE e de moeda fácil por parte do US Federal Reserve e seus colegas tiveram o efeito de antecipar gastos futuros no que é conhecido como "suavização inter-temporal". Isto torna-se um vício tóxico com o tempo e finalmente perde tracção. No fim, o futuro o alcança. "Por definição, isto significa que você não pode gastar o dinheiro amanhã", disse ele.

Um reflexo de "assimetria" começou quando o Fed injectou demasiado estímulo para impedir uma depuração após o crash de 1987. As autoridades desde então permitiram que cada boom corresse o seu percurso – pensando que podiam seguramente arrumá-lo posteriormente – enquanto respondiam a cada choque com vivacidade. A crítica do BIS é que isto levou a um perpétuo viés facilitista, com taxas de juro a caírem sempre abaixo da sua "taxa natural wickeseliana" a cada ciclo de crédito.

O erro foi agravado na década de 1990 quando a China e a Europa do Leste subitamente juntaram-se à economia global, inundando o mundo com exportações baratas num "choque de oferta positivo". Preços cadentes de bens manufacturas mascararam a desenfreada inflação de activos que estava a acumular-se. "Os elaboradores políticos ficaram seduzidos pela inacção por um conjunto de crenças confortáveis, todas as quais vemos agora que eram falsas. Eles acreditavam que se a inflação estava sob controle, tudo estava bem", disse ele.

Em retrospectiva, os bancos centrais deveriam ter permitido que a deflação benigna desta fase (temporária) da globalização seguisse o seu curso. Ao alimentar bolhas de dívida, eles ao invés incubaram o que se demonstrou ser uma variante maligna, uma clássica deflação da dívida "fisherita" estilo década de 1930.

O sr. White afirmou que o Fed está agora num horrível dilema pois tenta libertar-se da QE e endireitar o navio outra vez. "É uma armadilha da dívida. As coisas estão tão más que não há resposta certa. Se eles elevarem taxas isso será detestável. Se não elevarem taxas, isso apenas faz as coisas piores", disse ele.

Não há caminho fácil para sair deste emaranhado. Mas o sr. White considerou que um bom arranque para governos seria travar a dependência de bancos centrais a fazerem seu trabalho sujo. Eles deveriam retornar ao primado orçamental – chame-o keynesiano, se quiser – e lançar uma blitz de investimento que se pague a si mesma através de crescimento mais alto.

"Sempre foi perigoso confiar em bancos centrais para resolver um problema de solvência pois tudo o que eles podem fazer é atacar problemas de liquidez. Isto é uma receita para a desordem e agora estamos a atingir o limite", afirmou.

19/Janeiro/2016 [*] Jornalista, fez a cobertura da conferência de Davos.

O original encontra-se em www.telegraph.co.uk/...

Esta notícia encontra-se em http://resistir.info/



http://resistir.info/crise/pritchard_19jan16.html

Una izquierda para el siglo XXI 23/01/2016


Raúl Zibechi
La Jornada

En los años 60 y 70 quien se incorporaba a la militancia escuchaba a menudo una frase: “Ser como el Che”. Con ella se sintetizaba una ética, una conducta, un modo de asumir la acción colectiva inspirada en el personaje que –con la entrega de su vida– se había convertido en brújula de una generación.

“Ser como el Che” era un lema que no pretendía que los militantes siguieran punto por punto el ejemplo de quien se había convertido en referencia ineludible. Era otra cosa. No un modelo a seguir, sino inspiración ética que implicaba una serie de renuncias, esas sí, a imagen y semejanza de la vida del Che.

Renunciar a las comodidades, a los beneficios materiales, incluso al poder conquistado en la revolución, estar dispuesto a arriesgar la vida, son valores centrales en esa herencia que hemos dado en llamar guevarismo. Esos fueron durante buen tiempo los ejes en torno a los que se organizó buena parte de la militancia de izquierda, por lo menos en América Latina.

Esa izquierda fue derrotada en un breve periodo que podemos situar entre los golpes de Estado de la década de 1970 y la caída del socialismo real, una década después. No se sale indemne de las grandes derrotas. Así como la caída de la comuna de París fue un parteaguas, según Georges Haupt, que llevó a las izquierdas de la época a introducir nuevos temas en sus agendas (la cuestión del partido pasó a ocupar un lugar central), las derrotas de los movimientos revolucionarios latinoamericanos parecen haber producido una hendidura en las izquierdas de comienzos del siglo XXI.

Aún es muy pronto para realizar una evaluación completa de ese viraje, ya que estamos encima del mismo, sin la suficiente distancia crítica y, sobre todo, autocrítica. Sin embargo, podemos adelantar algunas hipótesis que enhebren aquellas derrotas con la coyuntura actual que vivimos.

La primera es que no se trata de volver la historia atrás para repetir los viejos errores, que los hubo, y muchos. El vanguardismo fue el más evidente, acompañado de un serio voluntarismo que impidió comprender que la realidad que pretendimos transformar era bien diferente a lo que pensábamos, lo que llevó a subestimar el poder de las clases dominantes y, sobre todo, a creer que se vivía una situación revolucionaria.

Pero el vanguardismo no cede fácilmente. Está sólidamente arraigado en la cultura de las izquierdas y aunque fue derrotado en su versión guerrillera, parece haber mutado y sigue vivo tanto en los llamados movimientos sociales como en los partidos que pretenden saber qué es lo que quiere la población sin necesidad de escucharla. Gran parte de los gobiernos y los dirigentes progresistas son buen ejemplo de la pervivencia de un vanguardismo sin vanguardia proclamada.

La segunda tiene relación con el método, la lucha armada. Que la generación de los 60 y 70 hayamos cometido gruesos errores en el uso y abuso de la violencia no quiere decir que tengamos que tirarlo todo por la borda. Recordemos que por lo menos en Uruguay se pensaba que la acción genera conciencia, otorgando un poder casi mágico a la capacidad de la vanguardia armada para generar acción en las masas con su sola actividad, como si la gente pudiera actuar por reflejos mecánicos sin necesidad de organizarse y formarse.

Las organizaciones armadas cometieron, además, atrocidades indefendibles, utilizando la violencia no sólo contra los enemigos, sino a menudo contra el propio pueblo y también contra aquellos compañeros que presentaban diferencias políticas con su organización. Los asesinatos de Roque Dalton y la comandante Ana María, en El Salvador, son dos de los hechos más graves dentro del campo rebelde.

Sin embargo, eso no quiere decir que no haya que defenderse. No debemos pasar al extremo opuesto de confiar en las fuerzas armadas del sistema (como señala el vicepresidente de Bolivia), o despojar de su carácter de clase a las fuerzas represivas. Los ejemplos del EZLN, del pueblo mapuche de Chile, de la Guardia Indígena nasa en Colombia y de los indígenas amazónicos de Bagua en el Perú muestran que es necesario y posible organizar la defensa comunitaria colectiva.

La tercera cuestión es la más política y es la ética. En el legado del Che y en la práctica de aquella generación, el poder ocupaba un lugar central, algo que no podemos ni debemos negar. Pero la conquista del poder era para beneficio del pueblo, nunca jamás para beneficio propio, ni siquiera del grupo o partido que tomaba el poder estatal.

Sobre este tema hay una discusión abierta, en vista del balance negativo del ejercicio del poder por los partidos soviético y chino, entre otros. Pero más allá de los errores y horrores cometidos por los poderes revolucionarios en el siglo XX, incluso más allá de si es conveniente o no tomar el poder del Estado para cambiar el mundo, es necesario recordar que el poder era considerado un medio para transformar la sociedad, nunca un fin en sí mismo.

Sobre este asunto hay mucha tela donde cortar, en vista de la brutal corrupción enquistada en algunos gobiernos y partidos progresistas (en particular en Brasil y Venezuela), cuestiones que ya pocos se atreven a negar.

La izquierda que necesitamos para el siglo XXI no puede sino tener presente la historia de las luchas revolucionarias del pasado. Es necesario incorporar aquel lema “ser como el Che”, pero sin caer en vanguardismos. Una buena actualización de ese espíritu puede ser para todos todo, nada para nosotros. Lo mismo puede decirse del mandar obedeciendo, que parece un importante antídoto contra el vanguardismo.

Hay algo fundamental que no sería bueno dejar escapar. El tipo de militantes que necesita la izquierda del siglo XXI debe estar modelado por la voluntad de sacrificio (Benjamin). Es evidente que la frase suena fatal en periodos como el actual, pero nada podemos conseguir sin deshacernos de esa tremenda fantasía de que es posible cambiar el mundo votando cada cinco años y consumiendo el resto del tiempo.

Fuente: http://www.jornada.unam.mx/2016/01/22/opinion/018a2pol



http://www.rebelion.org/noticia.php?id=208095

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Cobalto, explotación infantil y teléfonos móviles: una historia verdadera 22/01/2016



Diagonal


Amnistía Internacional denuncia que niños de siete años trabajan en las minas de cobalto con el que se fabrican las baterías de móviles





Grandes empresas electrónicas, como Apple Samsung o Sony, no han sido capaces de controlar que cobalto extraído por menores trabajadores haya sido empleado en sus productos, según denuncian en un reportaje Amnistía Internacional y la ONG Afrewatch, especializada en investigar la vulneración de derechos humanos en la extracción de minerales.

Las dos organizaciones han rastreado la extracción de cobalto, empleado en las baterías de litio, en la República Democrática del Congo y su posterior venta a 16 multinacionales, y han comprobado que en ese proceso trabajan niños de siete años en condiciones peligrosas.

La investigación documenta cómo los intermediarios compran cobalto de zonas en las que el trabajo infantil está muy extendido y lo venden a Congo Dongfang Mining (CDM), una filial del gigante chino de la minería Huayou Cobalt.

Ver vídeo (en inglés): https://www.youtube.com/watch?v=7x4ASxHIrEA


"Millones de personas disfrutan de los beneficios de las nuevas tecnologías pero raramente se preguntan cómo se fabrican", afirma Mark Dummett, investigador de Negocios y Derechos Humanos de Amnistía Internacional. "El glamuroso escaparate de la tienda y todo el marketing de las tecnologías suponen un cruel contraste con los niños llevando sacos de rocas y mineros en estrechos túneles hechos a mano exponiéndose a daños pulmonares irreversibles".

Huayou Cobalt y CDM procesan el cobalto antes de venderlo a tres fabricantes de componentes de batería de móvil en China y Corea del Sur, según los documentos a los que las organizaciones han tenido acceso. Estos fabricantes de baterías aseguran que son proveedores de empresas de tecnología y automóviles como Apple, Microsoft, Samsung, Sony o Volkswagen.

Amnistía Internacional contactó con 16 multinacionales listadas como clientes de estas empresas. Una de las compañías admitió la conexión, cuatro fueron incapaces de decir si compran o no cobalto de la República Democrática del Congo o de Huayou Cobalt, seis aseguraron estar investigando, cinco negaron usar cobalto de la empresa china a pesar de figurar como clientes en los documentos de las fabricantes de baterías; y dos de las multinacionales desmintieron usar cobalto con origen en la RDC.

De manera reveladora, apuntan desde las ONG, ninguna aportó información que permita verificar de forma independiente de dónde procede el cobalto que emplean en sus productos.

"Es una paradoja enorme que en la era digital algunas de las compañías más ricas e innovadoras puedan vender dispositivos increíblemente sofisticados sin ser requeridas para mostrar de dónde obtienen la materia prima para sus componentes", explica Emmanuel Umpula, Director Ejecutivo de Afrewatch.

La República Democrática del Congo produce al menos la mitad del cobalto en el mundo. Uno de los mayores procesadores en el país es CDM, la filial de Huayou Cobalt, que aporta a la empresa matriz más del 40% del cobalto con el que ésta trabaja. Al menos 80 mineros que trabajan en esta zona murieron entre septiembre de 2014 y diciembre de 2015.

Los investigadores de Amnistía Internacional y Afrewatch entrevistaron a 87 mineros y exmineros, 17 de ellos niños, de cinco minas del sur del país.

Los niños aseguraron que trabajan hasta 12 horas al día en las minas, moviendo cargas pesadas, por menos de dos dólares. En 2014, aproximadamente 40.000 menores trabajaban en las explotaciones del sur de la RDC, según UNICEF, la mayoría de ellos extrayendo cobalto.

Paul, un niño huérfano de 14 años, empezó a trabajar a los 12, contó a los investigadores que pasar mucho tiempo bajo tierra le hace estar constantemente enfermo. "He llegado a pasar 24 horas en los túneles, llegaba por la mañana y salía a la mañana siguiente. Mi madre adoptiva quería que fuese al colegio pero mi padre adoptivo no, me hacía trabajar en la mina", lamenta.

"Los daños a la salud y los riesgos de seguridad hacen que la minería sea una de las formas más terribles del trabajo infantil. Compañías con unos beneficios de 125.000 millones no pueden afirmar de manera creíble que son incapaces de saber de dónde proceden los minerales clave en sus producciones", denuncia Dummett.

Fuente: http://www.diagonalperiodico.net/global/29113-cobalto-explotacion-infantil-y-telefonos-moviles-historia-verdadera.html

  http://www.rebelion.org/noticia.php?id=208065

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

O cartel bancário que dirige o mercado petrolífero 20/01/2016

por Valentin Katasonov



O início do novo ano foi acompanhado por uma queda recorde nos índices e nos preços de mercados financeiros e de commodities. O mercado do petróleo também estabeleceu novos recordes. Entre Julho de 2014 e o fim de 2015 o preço deste recurso energético caiu em 70%. Parecia que havia atingido o fundo, mas na semana passada os preços do petróleo caíram mais de 10% – o pior arranque de um novo ano na história registada. Cada vez mais traders inclinam-se a pensar que os preços podiam cair abaixo dos U$30 por barril.

De acordo com índice agregado Bloomberg World Oil & Gas, na primeira semana do novo ano as 60 maiores companhias de petróleo do mundo perderam cerca de US$100 mil milhões devido à queda de preços.

Uma discussão animada das causas da queda de preços sem precedente do ouro negro iniciou-se há muito. Cada vez menos pessoas ainda acreditam que um tal declínio é o resultado de mudanças "naturais" no mercado.

Muitas vezes as actuações da Arábia Saudita são mencionadas como uma razão para o mergulho dos preços no mercado global. É verdade que aquele país tem promovido unilateralmente (sem o acordo de outros membros da OPEP) a sua produção de óleo e começou a despejar grandes quantidades do mesmo numa tentativa de dominar o mercado mundial do ouro negro. Isto poderia representar uma descida de apenas alguns dólares por barril nos preços globais, mas o facto é que o declínio total agora é cerca de US$100 (medido desde o seu pico em 2008). E se os cálculos forem baseados no preço médio de 2014, o qual era de quase US$100 (para o Brent), isso resulta num embaratecimento de quase US$70/barril até o princípio de 2016. Seria preciso um esforço concertado de todos os grandes países produtores do mundo para sacudir tanto assim o mercado.

Hoje dificilmente se encontra um perito sério que considere a OPEP – a organização conhecida como o cartel do petróleo – um factor significativo. Naturalmente há suspeitas de que o mercado petrolífero está a ser manipulado. A acumulação de stocks é um método tradicional de manipular qualquer mercado. Montanhas de ouro negro, etiquetadas como reservas estratégicas, estão a ser acumuladas por muitos países, especialmente os Estados Unidos. Liquidar um stock acumulado pode forçar descidas de preços. E os EUA venderam parte das suas reservas antes, mas o efeito destas vendas tem vida muito curta e os impactos nos preços apenas nuns poucos dólares por barril.

Nos últimos dias de 2015 os media publicaram uma série de reportagens culpando o cartel bancário pelas flutuações dramáticas do mercado petrolífero. Uma das primeira foi um artigo do consultor financeiro americano Michael McDonald, afirmando que não é a OPEP que pilota o mercado do ouro negro mas sim que este é controlado pelo cartel bancário, o qual utiliza como ferramenta empréstimos relativos a energia feitos a companhias na indústria petrolífera e noutros sectores energéticos. Segundo McDonald, o montante total dos empréstimos pendentes ao sector energético dos EUA (a indústria do petróleo e do gás) é de US$4 milhões de milhões (trillion). E bancos estado-unidenses actualmente possuem apenas cerca de 45% de todos os empréstimos dos EUA a companhias de energia, ao passo que outros 30% são possuídos por bancos estrangeiros e 25% por entidades não bancárias como hedge funds.

A primeira conclusão de McDonald parece razoável: é verdade que a OPEP não tem controlado o mercado petrolífero desde há muito. E é mesmo razoável dizer que bancos a operarem como cartel começaram a pilotar o mercado. Mas a sua terceira conclusão – sua afirmação de que empréstimos energéticos estão a ser utilizados como ferramenta para dirigir o mercado – é questionável.

O próprio McDonald cita dados que lançam dúvidas acerca da sua conclusão. O autor declara que empréstimos ao sector energético constituem apenas 3% do total do mercado de empréstimos nos EUA. Isso não é suficiente para induzir mudanças importantes no mercado do petróleo e de outros recursos energéticos. Obviamente os bancos da Wall Street não vêem a indústria da energia como sua prioridade de topo quando estabelecem suas políticas de empréstimos. Hipoteticamente, empréstimos bancários poderiam ser um meio para prosseguir uma política estrutural a longo prazo. Alguns peritos sugerem precisamente isso, afirmando que a queda nos preços do petróleo é "real e a longo prazo". Mas tais opiniões têm de ser apoiadas com estatísticas que mostrem investimento no desenvolvimento das energias alternativas que estão a substituir o petróleo tradicional, mas não há tal evidência. Os bancos, pelo menos em anos recentes, não aumentaram perceptivelmente seus empréstimos para projectos de energia verde.

Isto sugere que a queda nos preços do ouro negro resulta da manipulação do preço. Empréstimos bancários não podem ser utilizados como instrumento de tal manipulação. Empréstimos naturalmente têm um impacto sobre preços, mas o efeito de um empréstimo não pode ser visto senão depois de vários anos. Contudo, os preços reagem à manipulação de imediato, ou dentro de algumas semanas no máximo. McDonald afirma que no ano passado bancos cortarem no seu financiamento à indústria petrolífera e provavelmente continuarão a fazê-lo em 2016. Mas alguém poderia esperar que isso terá o efeito oposto, resultando em preços mais altos para o ouro negro, uma vez que restrições de crédito reduzirão a oferta de petróleo.

Os manipuladores do mercado petrolífero são os grandes bancos. Eles fazem isto através da utilização de contratos futuros de petróleo e de outros derivativos ligados ao petróleo. Isto parece contra-intuitivo, mas preços diários (para transacções spot) são estabelecidos pelos preços para entregas futuras (num prazo de um ano, por exemplo).

E os preços futuros são o resultado do que se chama "expectativas". A "expectativas", por sua vez, são criadas pelas agências de classificação, a comunidade de peritos, e os mass media. Tudo isto está sob o controle dos grandes bancos. Os bancos simplesmente encomendam (place an order) as expectativas "necessárias".

Desde o fim da década de 1970 tem estado a crescer um mercado robusto para "petróleo de papel", isto é, um mercado para contratos futuros que não culmina num despacho físico de petróleo. Isto é um jogo de azar para especuladores, o qual provoca um sofrimento para qualquer um que esteja no negócio de produzir, refinar ou utilizar petróleo ou produtos petrolíferos na economia real. Actualmente o número de transacções no mercado para "petróleo de papel" é dez vezes maior do que no mercado de petróleo físico. O volume de trading para contratos futuros de petróleo nas duas maiores bolsas –o NYMEX de Nova York e o ICE de Londres – já é 10 vezes mais alto do que o consumo anual global de petróleo.

Todos os mercados derivativos são controlados por bancos, principalmente bancos da Wall Street, bem como por alguns grandes bancos na City de Londres e na Europa continental. O mercado para "petróleo de papel" não é excepção. Segundo algumas estimativas, 95% do mercado global para derivativos de petróleo é controlado por bancos estado-unidenses.

Os maiores dealers em derivativos de petróleo são o Goldman Sachs, o J.P. Morgan Chase e outros gigantes da banca que utilizam futuros de petróleo, acima de tudo para lucrar com flutuações nos preços do óleo e em segundo lugar para assegurar seu próprio papel como intermediários financeiros. Além disso, os clientes da banca incluem tanto actores no mercado de petróleo físico – companhias de petróleo, refinaria, linhas aéreas, etc – como actores financeiros tais como hedge funds. A fim de aumentar o impacto comercial do seu monopólio do mercado do "petróleo de papel", muitos gigantes bancários também comerciam no petróleo físico (é óbvio que estes bancos têm uma vantagem sobre actores do chamado mercado livre quando se trata de arranjar preços para o ouro negro). Em 2003, o US Federal Reserve decidiu permitir aos bancos que actuassem como traders de commodities e o J.P. Morgan, Morgan Stanley, Barclays, Goldman Sachs, Citigroup e um certo número de outros grandes bancos saltou ansiosamente para a comercialização do petróleo físico.

A crise financeira de 2007-2009 foi disparada em grande medida pelo facto de que emergiram mercados derivativos nos quais gigantes da banca estado-unidense podiam crescer de modo selvagem e que estava fora do controle dos reguladores financeiros. O US Federal Reserve, a US Securities and Exchange Commission, o Departamento da Justiça e reguladores financeiros europeus tentaram trazer algum sentido de ordem aos mercados derivativos. Em 2010, os EUA aprovaram o Dodd-Frank Act, o qual esboçava um plano para regulações mais apertadas no mercado financeiro, mas aquela lei é apenas um enquadramento. Sua aplicação prática exigiria uma grande quantidade de leis muito mais específicas e instrumentos regulamentares.

Durante vários anos os EUA têm investigado as actividades de bancos da Wall Street e dos maiores bancos europeus antes e durante a crise de 2007-2009. Em particular foram identificados laços que ligavam transacções bancárias nos mercados futuros de petróleo às suas transacções envolvendo petróleo físico. Em 2013, foi lançada uma investigação a acções do Goldman Sachs, Morgan Stanley e J.P. Morgan para manipular preços de commodities (inclusive petróleo) e em 2014 foram efectuadas acusações válidas contra aqueles bancos.

Por ora a maior parte dos grandes bancos permanece nos mercados de derivativos financeiros. Isto inclui o mercado de futuros de petróleo. Portanto devemos estar preparados para que o "mercado" do petróleo continua a desempenhar toda espécie de façanhas de circo.

Em conclusão, dever-se-ia notar que os bancos que estão a manipular os preços do ouro negro estão realmente a operar como um cartel. Contudo, este não é um cartel especializado, com actividade limitada a um único produto do mercado. Isto é um cartel global, ostentando o título oficial de "US Federal Reserve System". Com acesso a uma impressora para fabricar dinheiro de curso legal global (dólares), os bancos regionais do Federal Reserve efectivamente controlam tudo do mercado financeiro e do mercado da maior parte do de commodities.

18/Janeiro/2016 Ver também:
Goldman Sachs Makes Oil Prices Drop





Brent Petróleo Bruto
$28.76 ▼-0.18 -0.63%
2016.01.20 end-of-day










O original encontra-se em www.strategic-culture.org/...

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/



http://resistir.info/peak_oil/queda_preco_18jan16.html

Finanzas globales, una guerra sin armas mortíferas 20/01/2016


Sergio Rodríguez Gelfenstein
Barómetro Internacional




La visión imperial del orden mundial que tiene a Washington como su centro y que se propone el objetivo de desarrollar una guerra permanente contra todo aquel que se oponga a sus designios ha encontrado en los últimos años en China y Rusia a los valladares más importantes­, al pugnar por establecer equilibrios que afronten la irracionalidad de la guerra a partir de una lógica geopolítica diferente.

Los escenarios de conflicto son variados, la lucha por establecer preceptos económicos que beneficien a unos u otros establecen la pauta del conflicto mismo. Los intereses de clase que se expresan en cada país, exponen su naturaleza transnacional imperialista que como se sabe fue definido por V.I. Lenin como fase superior del capitalismo.

Esto se manifiesta de manera predominante en algunos hechos observables actualmente en el acontecer económico global y en la actuación de las potencias en torno a ello, en particular la confrontación en el ámbito económico que está alcanzando ribetes trascendentales. Por ejemplo, las sanciones de los gobiernos europeos a Rusia se inscriben en una razón absurda, toda vez que Europa bajo presión de Estados Unidos, le causa daños mayores a su economía y a sus propios ciudadanos que las que se le ocasionan al “sancionado”. Mientras tanto, Estados Unidos cuyo comercio con Rusia es ínfimo en comparación con el que el viejo continente mantiene con la potencia euroasiática, no sufre afectación alguna por la aplicación de esa política de sanciones.

Rusia es la sexta economía del mundo y el tercer socio comercial de la Unión Europea, alcanzando su intercambio en 2013 a 326 mil millones de euros. En este sentido, los poderes fácticos que manejan los gobiernos europeos privilegian sus relaciones con Estados Unidos por encima de las responsabilidades con sus ciudadanos.

En otro ámbito, la política de Estados Unidos encaminada a crear bloques económicos con sus aliados es un cambio respecto de la tradicional de economías abiertas que daban libertad de acción. Con los Tratados de Libre Comercio, Estados Unidos regula el funcionamiento de la economía y la actuación comercial de sus aliados a partir de sus propios intereses o necesidades. El afianzamiento de los monopolios apunta a destruir la natural esencia del capitalismo que es la competencia, eliminando a pequeños y medianos empresarios, restringiendo el empleo y reduciendo el poder adquisitivo de grandes masas de ciudadanos de los países periféricos que se van empobreciendo.

Así mismo, el espacio financiero de las monedas que rigen el comercio global y el uso que se hace de ellas, escenifican una de la más actualizada y de alguna manera novedosa dimensión del conflicto global. La imposición del dólar gracias al poder adquirido por Estados Unidos al finalizar la segunda guerra mundial de manera victoriosa y con su territorio incólume de la devastación producida por la conflagración, le permitió penetrar los mercados globales, contando con la anuencia de Europa que a cambio recibió la bendición para llevar adelante su proceso de integración neoliberal a partir de los años 50 del siglo pasado y consolidado en 1993 a partir del Tratado de Maastricht.

Sin embargo, estos elementos, entre otros, comienzan a generar tirantez en el sistema internacional, sobre todo por la crisis que agobia al capitalismo global. China y Rusia han entendido que debe enfrentar a sus adversarios actuando en su propio terreno y suministrándole su propia medicina. Después de la creación por iniciativa china del Banco Asiático de Inversión e Infraestructura (BAII), el Fondo Monetario Internacional (FMI) se vio obligado a anunciar en diciembre pasado, la incorporación de la moneda china, es decir del renmimbi o yuan a la canasta de reservas del organismo financiero internacional. Con ello, se hizo un reconocimiento a China como indudable poder económico mundial. La decisión tardó cinco años en hacerse efectiva, tiempo en el que Estados Unidos presionó para que la misma no se formalizara. La creación del BAII en abril de 2015 aceleró la ejecución de la medida.

Tal disposición ha obligado al FMI a reajustar las cuotas de los países miembros, aunque sin eliminar aún el poder de veto de Estados Unidos y sin darle todavía a China el espacio que le corresponde dado su indudable protagonismo económico en el planeta. China pasó a ser la tercera fuerza financiera dentro del Fondo en detrimento principalmente de los países europeos que han visto mermada su capacidad de decisión en el organismo.

En la misma lógica, otros países del grupo BRICS como Rusia, India y Brasil han aumentado su poder dentro del FMI. Si consideramos que en el próximo mes de marzo, el Banco de Desarrollo de los BRICS comenzará a conceder créditos, habrá que aceptar que las tres medidas vistas de conjunto, -mayor presencia de los países emergentes en el FMI, creación del BAII y otorgamiento de créditos por parte del Banco de Desarrollo BRICS- son exponentes del inicio de una transformación estructural del sistema financiero internacional hasta ahora hegemonizado y monopolizado por Estados Unidos y Europa.

Estos cambios que para algunos pueden resultar menores, no lo son de cara a acontecimientos recientes. Por ejemplo, la actuación contradictoria del FMI en los casos de Ucrania y Grecia: en el primero de ellos, plegándose a la política estadounidense cambió sus propias reglas para permitir que Ucrania no pague su deuda a Rusia porque la misma fue concedida en dólares. Por el contrario a Grecia, la obligaron a pagar conduciéndola a la declaratoria de default que arrodilló al gobierno de ese país.

Mientras tanto, el BAII opera a partir de reglas mucho más democráticas de funcionamiento. China rebajó su cuota de participación al 30,04%, seguida de India con el 8,4% y Rusia con el 6,5%. Además, renunció a su derecho de veto. India y Rusia tienen una participación cuatro y tres veces mayor respectivamente, que la que tienen en el FMI. Eso permite suponer que para esos países será más atractivo solicitar créditos en el BAII.

En este marco, aunque Estados Unidos aún conserva capacidad efectiva para operar de manera determinante en el escenario financiero global, es evidente que su poder se ha ido reduciendo, lo que paradójicamente lo hace más peligroso. En estas condiciones China y Rusia tienen un instrumento que no es bélico, pero resulta igualmente letal: la desdolarización de la economía. Ambos países han acordado algunas medidas en ese sentido, por ejemplo la venta de petróleo y gas ruso a China en yuanes. Lo mismo operará para el comercio chino hacia Rusia, cuyos pagos se harán en rublos. A su vez, China financiará planes de infraestructura y transporte en Rusia por valor de 150 mil millones de yuanes, en particular para desarrollar proyectos conjuntos en la Ruta de la Seda. El Grupo de Banca de Inversión Goldman Sachs calcula que la aplicación de los acuerdos energéticos entre los dos países que significan el suministro del 30% de las necesidades chinas por los próximos 30 años va a significar la salida del mercado de 900 mil millones de dólares. Un golpe mortal a la hegemonía financiera estadounidense.

En el plano político y de seguridad ambos países se han propuesto el fortalecimiento conjunto de la Organización de Cooperación de Shanghái (OCS), que al finalizar el pasado año obtuvo un contundente éxito al propiciar el acercamiento entre India Y Pakistán, antiguos enemigos, aliados ambos de Estados Unidos. Los dos países ingresaron a la OCS en junio del año pasado. Este acercamiento significa un paso importante hacia la paz y la estabilidad en la región, así como lo será el ingreso pleno de Irán a la misma, durante su próxima reunión cumbre que se realizará a mediados de este año. El país persa también se ha sumado a la corriente que ha aceptado establecer sus vínculos comerciales con Rusia y China en rublos y yuanes

Finalmente, vale recordar que China es el país extranjero que posee la mayor cantidad de bonos de deuda de Estados Unidos por un valor de 1.300 billones de dólares, lo cual le podría permitir a la potencia asiática producir una verdadera debacle financiera si decidiera realizar un movimiento brusco como el que ocurrió en diciembre de 2006. El año pasado, China vendió algo más de 100.000 millones de dólares de bonos estadounidenses, lo cual significa que decidió desprenderse de papeles de deuda del Gobierno estadounidense, enviando un claro mensaje a Estados Unidos ante la perspectiva de causar un grave daño a la economía dolarizada y al dólar en general como lo comentó Serguéi Sanakoyev jefe del centro analítico ruso-chino en una entrevista con el diario moscovita Pravda.

Todos estos elementos apuntan a señalar una grave enfermedad de la hegemonía financiera occidental, la cual presagia una larga agonía que sin embargo no le permitirá salvarse. Este año 2016 será clave en este proceso que pareciera ser irreversible.

Fuente original: http://barometrointernacional.com.ve/2016/01/17/finanzas-globales-una-guerra-sin-armas-mortiferas/



http://www.rebelion.org/noticia.php?id=207974

¿Qué cambios geopolíticos operan en el Medio Oriente tras el levantamiento de las sanciones contra Irán? 20/01/2016



Laila Tajeldine y Basem Tajeldine
Rebelión


El pasado 16 de enero la República Islámica de Irán quedó libre de las ilegítimas sanciones impuestas por Estados Unidos y la Unión Europea. Así como ocurrió con Cuba, las arrogantes potencias occidentales muy tarde terminaron por entender que su arma de chantaje para torcer el brazo se había vuelto obsoleta porque Irán supo hacer frente a las sanciones incentivando el desarrollo de sus fuerzas productivas, diversificando su economía y abriéndose a los nuevos bloques regionales de poder Eurasia, Rusia y China, pero también a América Latina, especialmente a Venezuela, Bolivia y Ecuador.

El mayor justificativo por la supuesta “desviación al campo militar del programa nuclear iraní”, esgrimido por todos los políticos occidentales, resultó ser la más grande farsa orquestada por el sionismo internacional (Israel), el Pentágono y sus laboratorios mediáticos en los tiempos de la administración de George W. Bush (2001-2009), que fue secundada por falsos informes que la Agencia Internacional de Energía Atómica (AIEA) había realizado en 2003 y 2006.

La confirmación de la AIEA de que Irán ha cumplido con los acuerdos alcanzados en julio de 2015 en Viena [1] dejó finalmente sin motivos a Occidente para mantener las sanciones contra el país persa. Era justo lo acordado en la reunión Cumbre de Viena. Irán se deshizo del 98% de las reservas de uranio enriquecido para quedarse sólo con el volumen necesario que requerirá su reactor en Natanz, así como aceptó que los inspectores de la Agencia ingresen a todas las instalaciones nucleares del país y detuvo el funcionamiento de la mayoría de las centrifugadoras para el enriquecimiento de uranio.

Vale recordar que Irán siempre defendió los fines pacíficos de su programa nuclear y es firmante del Tratado de No Proliferación de Armas Nucleares que obligaba a ese país a mantener las puertas abiertas a los inspectores de la misma Agencia, rendija ésta última que fue utilizada por los servicios de inteligencia estadounidense para cometer espionaje en algunas de las instalaciones militares iraníes.

La resistencia del liderazgo iraní y las sabias negociaciones dieron sus frutos. Finalmente Irán vuelve a tener acceso a sus activos congelados que suman más de 100 mil millones de dólares y al sistema de pagos internacional SWIFT del que había sido expulsada en 2012. Por otra parte, el país persa recupera su derecho a vender crudo a los países europeos y éstos a cumplir su sueño de invertir y recuperar las viejas inversiones que tenían en ese país hasta antes del inicio de las sanciones. Irán siempre fue el mercado natural de la Unión Europea (UE).

Los capitales europeos se frotan las manos

Para los capitales europeos, el pueblo iraní es sinónimo de dinero, oportunidades de inversión y un mercado atractivo. Sus intereses y aspiraciones como pueblo no cuentan. Irán es hoy para ellos una palabra: negocios.

Un artículo del reconocido diario alemán Deutsche Welle (DW) no pudo reseñar mejor el verdadero interés europeo. Bajo el título “Irán: economía alemana a la expectativa” [2] reconoce la verdadera lucha de los capitales europeos por el botín iraní. Más adelante refiere lo siguiente:

“Un mercado de 80 millones de personas vuelve a ser accesible. La economía alemana se frota las manos (...) Tras más de diez años de relaciones congeladas, ha caído una importante señal de pare.” Así lo describe Volker Treier, jefe de comercio exterior de la Confederación Alemana de Cámaras de Industria y Comercio (DIHK). Irán tiene que renovar su parque de maquinarias, la industria de vehículos, de materiales de construcción, la gestión de aguas y residuos, el sector energético y de salud. Las empresas alemanas ven venir su agosto.

Siemens aspira el negocio millonario de la renovación de los ferrocarriles iraníes. La semana pasada se firmaron los primeros contratos. También Mercedes cuenta ya, para sus camiones Daimler, con un memorando de entendimiento con un socio local. Según el ministerio iraní de Industria, citado por Daimler, unos 56.000 vehículos utilitarios deberán renovarse entre los próximos tres y cinco años. En total, el país necesitará 200.000 vehículos en los próximos años.

Herrenknecht espera sumarse al carro cuando se caven túneles de metro. La compañía aeroespacial europea EADS puede contar ya, en palabras del ministro iraní de Transporte, Abbas Achundi, con encargos de hasta 114 aeronaves Airbus. Los empresarios germanos calculan que las exportaciones alemanas a Irán podrían duplicarse hasta 5.000 millones de euros en los próximos tres años e incluso llegar a los 10.000 millones de euros en diez años.

Según el DIHK, Irán llegó a ser el segundo mercado de las exportaciones alemanas fuera de Europa en la década de 1970, después de los Estados Unidos. Aunque ya en 2005, antes de las sanciones, Irán apenas importó productos "Made in Germany" por valor de 4.400 millones. En 2014 fueron menos de 2.400 millones.

De acuerdo con los datos del Fondo Monetario Internacional (FMI), el PIB de la República Islámica crecerá en 4% una vez se eliminen las restricciones económicas. El FMI pronostica inversiones extranjeras en Irán de hasta 3.500 millones de dólares anuales. Las exportaciones iraníes a los países de la UE crecerán, considera el Fondo, hasta al menos en 2.000 millones de dólares al año [5]. Sin embargo, el gobierno iraní apuesta por inversiones extranjeras de “entre 30.000 y 50.000 millones de dólares anuales, según afirma su Presidente Hassan Rohani.

Un país con tantas posibilidades de inversiones es altamente valorado por Europa, y especialmente por la locomotora alemana. Pese a todas las sanciones, en términos generales, el pueblo iraní conserva un importante poder adquisitivo. La próspera clase media y el alto nivel de preparación (calificación técnica) de su clase obrera refuerza esa matriz. Otro factor que adiciona a la matriz es la integración económica que Irán ha construido en los últimos años con países de la región como Irak, Siria, Líbano, Pakistán y la India. Todas éstas suman las razones que motivan a Europa, y especialmente a Alemania, para volver a reconstruir sus relaciones con Irán, hoy convertida en una potencia media regional, para penetrar su mercado y los de aquellos países. Si no puedes con “el enemigo” Irán, lo mejor será unirse a él. Muy razonable para los oportunistas occidentales.

Su impacto en la OPEP

Todos los analistas coinciden en que las nuevas condiciones generadas por el fin de las sanciones podrían estimular el crecimiento de la economía iraní, aunque continúan algunas sanciones en vigor. También coinciden en el posible impacto negativo para el mercado petrolero y los precios del crudo por la llegada de los nuevos volúmenes de crudo iraní a sus antiguos mercados en Europa.

Más recientemente, el Gobierno iraní ordenó a las autoridades del ministerio de Petróleo del país asiático aumentar la producción de petróleo en 500 mil barriles diarios.

La noticia expresa lo siguiente: "Irán está dispuesta a aumentar la producción de petróleo en 500 mil barriles al día después del levantamiento de las sanciones. El Decreto que prevé aumentar la producción ha sido publicado hoy (lunes)", informó el viceministro de Petróleo y Director General de la Compañía Nacional de Petróleo Iraní (NIOC, por sus siglas en inglés), Rokneddin Javadi [3]. La aspiración de Irán por elevar en más del doble su venta de barriles de petróleo, de 1 millón a 2,5 millones diarios ha traído las consecuencias esperadas en los países del golfo.


El pasado 17 de enero varias agencias internacionales informaron que las bolsas de valores de los países del Golfo Pérsico, entre ellos Arabia Saudita, registraron una fuerte caída como consecuencia directa del relajamiento de las sanciones contra Irán. La agencia de noticias Bloomberg [4], también citada por la cadena Russia Today reseñó lo siguiente:

“Reacción en cadena. Los índices de las bolsas de los distintos Estados de Oriente Medio han caído a niveles récord a raíz del levantamiento de las sanciones a Irán, informa Bloomberg. Los mercados bursátiles de toda la región ya han perdido más de 38.000 millones de dólares. La bolsa de Dubai se ha dejado un 4,6 % al caer al nivel más bajo desde septiembre de 2013. La bolsa de valores de Catar cayó un 7,2 por ciento y el mercado bursátil de Abu Dabi perdió un 4,24 por cierto. Por su parte, Kuwait se situó a niveles no vistos desde mayo de 2004, ya que retrocedió un 3,2 por ciento, mientras que los más pequeños mercados bursátiles de Omán y Baréin cayeron un 3,2 por ciento y un 0,4 por ciento respectivamente. El índice Tadawul, la única bolsa de valores de Arabia Saudita, registró una caída de hasta el 7 por ciento este domingo. Por el contrario, el índice iraní Tedpix subió un 0,9 por ciento”.

La caída de los precios del crudo afecta las economías de todos los países productores OPEP y No-OPEP, y bajo el contexto actual ni siquiera beneficia a los países importadores de petróleo: Estados Unidos, Europa occidental, Japón y China y los países de Europa Occidental, a la vez que perjudica a sus propias transnacionales petroleras, especialmente a las empresas encargadas de explotar los petróleos no convencionales (Shale Oil, Arenas Bituminosas de Canadá, Petróleo Extra Pesados de altas profundidades) aunque esto último parezca una contradicción.

No obstante, debe señalarse aquí que entre las economías de los países productores de petróleo, la economía iraní presenta las mejores condiciones para mantener unas finanzas públicas sanas durante el año 2016, a pesar de los bajos precios del crudo. Esto se explica no solo por la posibilidad de disponer de sus activos que fueron congelados durante el bloqueo, sino que además como consecuencia de esa situación, su economía ha logrado desarrollarse y no depende significativamente del ingreso petrolero. Los ingresos petroleros representan el 30% de su presupuesto anual [5].

Nueva geopolítica en el Oriente Medio

Las ilegítimas sanciones de Estados Unidos y la Unión Europea contra Irán suponían un factor de presión que pretendía asfixiar y aislar al país persa de la región. El fracaso de estas medidas se traduce en victoria para la resistencia iraní y sus aliados sobre occidente, lo que conllevará al aumento de la influencia de Teherán en todo el Medio Oriente y más allá.

Los nuevos ingresos de Irán, por la recuperación de su dinero represado por los bancos europeos y de sus mercado petrolero en occidente, permitirán al país persa, a lo interno, impulsar sus programas sociales y continuar con su programa de diversificación económica con el desarrollo de nuevas áreas productivas que le permitirán mayor estabilidad política, independencia del extranjero. A lo externo, el desahogo le permitirá profundizar sus relaciones de alianzas políticas, económicas y militares con Rusia, China, Irak, Siria y el Líbano (Hezbollah). La entrada de flujos importante en divisa extranjera facilitará a Irán la adquisición y reposición de más equipos militares rusos, como los sistemas de defensa antiaérea S-300.

En conclusión, la dirigencia política del país asiático y su pueblo se fortaleció y aprendió gracias al látigo de Occidente. Irán dio un ejemplo al mundo de resistencia y sabiduría para enfrentar la crisis que Estados Unidos y sus aliados europeos pretendieron generar. El pueblo iraní conoció en carne propia la crueldad del enemigo imperialista, y su dirigencia supo cohesionar todas las fuerzas políticas y sectores internos contra el enemigo.

La mayor fortaleza de Irán siempre residió en su pueblo y fuerzas armadas. Irán se preparó militarmente desarrollando tecnología misilística convencional, por la cual logró disuadir al enemigo en los últimos años. Nunca pondrán de rodillas al pueblo de Irán, así como tampoco volverá a confiará en el traidor Occidente.

Irán cobrará mayor importancia para los capitales europeos por su papel de potencia estabilizadora de la región, al tiempo que Arabia Saudita, cada vez más debilitada y sacudida por la crisis económica generada por su apoyo a grupos terroristas, su guerra contra el pueblo yemení, sus problemas políticos y sociales internos, se convertirá en un verdadero estorbo para Occidente.




Fuentes

[1] Histórico acuerdo alcanzado por el sexteto. https://actualidad.rt.com/actualidad/180058-iran-alcanza-acuerdo-nuclear-sexteto

[2] Alemania a la expectativa. http://m.dw.com/es/ir%C3%A1n-econom%C3%ADa-alemana-a-la-expectativa/a-18987496

[3] FMI índices de Irán. https://www.imf.org/external/country/IRN/

[4] Irán ordena aumentar producción de petróleo. http://www.telesurtv.net/news/Iran-ordena-aumentar-produccion-de-petroleo-20160118-0039.html

[3] Vice Presidente de Irán prevé crecimiento económico el año próximo en medio de la caída de los precios del petróleo. http://www.bloomberg.com/news/articles/2015-08-24/iran-s-vice-president-sees-growth-next-year-amid-oil-price-slump





Rebelión ha publicado este artículo con el permiso de las autoras mediante una licencia de Creative Commons, respetando su libertad para publicarlo en otras fuentes.
http://www.rebelion.org/noticia.php?id=207984

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Petróleo a US$ 28! 18/01/2016



Alencastro aplica a História à Arábia Saudita



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publicado 18/01/2016


O maior poço de petróleo do mundo está cercado de xiitas por todos os lados

Nessa segunda feira, 18/01, o barril do petróleo chegou a US$ 28, na abertura dos negócios na Ásia, por causa da suspensão das sanções ao Irã.

Nenhum, nenhum economista de banco jamais imaginou que o preço do barril chegasse a US$ 28...

Nem a sábia Urubóloga!

O que será da Ciência Econômica?

Ao historiador Alencastro::

Petróleo e religião na Arábia Saudita
O preço do petróleo continua caindo. Especialistas não excluem que o barril possa descer até US$ 20 ou a um valor ainda menor. Há uma restrição da demanda global e, em particular, um recuo das importações chinesas. No entanto, existe, obviamente, um excesso de produção de petróleo no mercado.

Uma das razões centrais da fartura da oferta é a política da Arabia Saudita, potência sunita, de manter um alto nível de produção nos seus poços. Para enfraquecer o Irã, potência petrolífera xiita, seu principal rival na região e no mundo muçulmano. Mas também para torpedear a concorrência dos produtores americanos de óleo de xisto. Tal política, viável no médio prazo, é facilitada pelos baixos custos de produção do petróleo saudita.

Ghawar, o maior campo de petróleo do planeta, de onde é bombeada 7% da produção mundial, ilustra o peso descomunal da Arábia Saudita no mercado.

Como assinala um colunista do "The Times" (somente para assinantes) o custo de produção em Ghawar é de US$ 5 e todos os poços do campo estão bombando. Mudanças em Ghawar e na produção saudita terão um forte impacto no mercado.

A estatal Saudi Aramco, a maior companhia de petróleo do mundo, controlando 15% das reservas mundiais e valendo possivelmente US$ 10 trilhões, terá uma fatia de seu capital ofertada nas bolsas ainda neste ano. Confrontada à queda do preço do petróleo, a Arábia Saudita também reforma sua economia.

Desde logo, a direção da companhia, deverá gerir as demandas contraditórias de seus acionistas privados, que buscam maiores dividendos, e de seu acionista principal, o governo saudita, que persegue objetivos políticos e estratégicos. Tal dilema, familiar aos que acompanham a gestão da Petrobras, poderá impactar a produção saudita e aumentar os preços do petróleo.

Outro fator que pode influenciar a evolução do mercado tem a ver com conjuntura social saudita e mais diretamente com a situação de Ghawar. Plantados na região majoritariamente xiita do leste do país, os poços de Ghawar estão rodeados por comunidades que entretêm uma relação conflituosa com Riad. Principalmente depois da execução, no começo deste mês, por ordem do governo saudita, do proeminente líder religioso xiita Nimr al-Nimr.

Há incidentes e protestos xiitas na região de Ghawar. Observadores mais pessimistas evocam a possibilidade de uma guerra civil no país.

Num artigo na revista "Forbes" intitulado "Quem não sabe Economia está condenado a repetir a História", Michael Lynch, um conhecido especialista da economia do petróleo, descarta as influências geopolíticas nesta e na precedente (em 1986) queda acentuada dos preços do petróleo.

Para ele, em 1986, como agora, tudo se resume à soma da atual recessão com a superprodução engendrada anteriormente pelos investimentos maciços na alta especulativa dos preços das commodities. No contexto atual, teria existido ainda a crença equivocada no crescimento contínuo da economia chinesa.

Resta que a desconsideração da História nunca ajudou o entendimento da Economia. Sobretudo no que concerne o Oriente Médio e o mercado de petróleo.

Luiz Felipe de Alencastro
Cientista político e historiador, professor emérito da Universidade de Paris-Sorbonne e professor da Escola de Economia de São Paulo - FGV. É membro da Academia Europaea.

Em tempo: ler também:

When Oil-Rich Countries Need More Cash


Saudi Aramco – the $10tn mystery at the heart of the Gulf state





http://www.conversaafiada.com.br/economia/petroleo-a-us-28-e-se-houver-uma-guerra-civil

A lógica do capitalismo 62 ricos = 3.600.000.000 pobres 18/01/2016



Por Fernando Brito






A BBC publica o gráfico aí de cima, onde se compara a riqueza das 62 pessoas mais ricas do mudo e a dos 50% mais pobres do planeta, “apenas” 3,6 bilhões de seres humanos. Igual.

O que faz com que cada indivíduo deste grupo “valha”, simplesmente, o mesmo que 58 milhões de pessoas.

A proporção, como se vê nos números – baseados em dados do banco Credit Suisse e elaborados pela ONG britânica Oxfam – estão piorando desde a crise de 2008/09.

Chega a ser imoral dizer que isso é fruto da “liberdade”, onde cada um se afirma pelo mérito que possui.

O estudo mostra também que aquela história dos 1% x 99% também “já era”: ano passado era assim, agora já é menos de 1% tendo tanta riqueza que mais de 99%.

Ontem escrevi aqui sobre o absurdo que era a desigualdade de riqueza no Brasil.

Para quem duvidava, vê-se que aqui é muito ruim e em escala mundial é muito pior.

O que pede a Oxfam, entre outras coisas?

O fim dos paraísos fiscais, verdadeiras baías piratas onde o capital se homizia e de onde sai em explorações predatórias sobre as nações, sobretudo as pobres.

Que precisam de capital e, por isso, tem de aceitar que venham predá-las.

Pode-se, porque não há outro jeito, conviver com esta ordem mundial.

Mas não se pode, sob pena de perdermos a civilização e nos tornarmos aduladores da selvageria, deixar de apontá-la como monstruosa.

Porque o capitalismo, antes de avassalar pessoas e países tem de avassalar ideias.

Só assim se pode acreditar que seja justo que um indivíduo tenha 58 milhões de vezes o que possui outro e isto seja democracia e “mundo livre”.



http://tijolaco.com.br/blog/a-logica-do-capitalismo-62-ricos-3-600-000-000-pobres/

Krugman: É preciso que os ricos sejam tão ricos? 18/01/2016



Até que ponto é preciso que os ricos sejam tão ricos? Não é uma pergunta fútil. É possível dizer que, no fundo, é em torno disso que gira a política nos Estados Unidos. Os progressistas querem aumentar os impostos sobre a renda mais alta e usar o que for arrecadado para reforçar a rede de seguridade social; os conservadores querem fazer o contrário e afirmam que as políticas que atingem os ricos são prejudiciais a todos, ao reduzir os incentivos para a criação de riqueza.

Por Paul Krugman*

A história recente não ajuda muito a posição conservadora. O presidente Barack Obama aumentou consideravelmente os impostos para as faixas mais altas, e sua reforma da saúde representa a maior ampliação do Estado de bem-estar social desde Lyndon B. Johnson (presidente dos EUA de 1963 a 1969).

Os conservadores previram um desastre inevitável, como tinham feito quando Bill Clinton elevou os impostos sobre o 1% de maior renda. Só que Obama acabou sendo responsável pela maior criação de empregos desde a década de 1990. Apesar disso, existe alguma razão, numa perspectiva mais ampla, para justificar uma grande desigualdade?

Não vai ser surpresa para você ouvir que muitos membros da elite econômica acham que há. Também não vão estranhar se eu disser que não concordo, que acredito que a economia pode prosperar com muito menos concentração de renda e de riqueza na ponta da pirâmide econômica. Mas por que creio nisso?

Parece-me útil refletir sobre isso recorrendo a três modelos que explicariam a origem da desigualdade extrema, já que a economia real toma elementos dos três.

Em primeiro lugar, uma enorme desigualdade poderia ser explicada pela existência de grandes diferenças de produtividade entre alguns indivíduos e outros: algumas pessoas são capazes de dar uma contribuição centenas ou milhares de vezes superior à média. Essa é a opinião manifestada num ensaio recente muito citado, cujo autor é o investidor de capital de risco Paul Graham, muito popular no Vale do Silício (ou seja, entre pessoas que ganham centenas ou milhares de vezes mais que os trabalhadores comuns).

Em segundo lugar, uma grande desigualdade poderia se dever em especial à sorte. No clássico do cinema O Tesouro de Sierra Madre, um velho garimpeiro de ouro explica que esse metal vale tanto —e quem o encontra fica rico— graças ao trabalho de todos que foram em busca de ouro sem encontrá-lo. De forma semelhante, poderíamos ter uma economia na qual quem fica com o grande prêmio não é necessariamente quem tem a melhor preparação ou trabalha mais, e sim quem tem a sorte de estar no lugar certo no momento certo.

Em terceiro lugar, a causa das grandes desigualdades poderia ser o poder: os executivos das grandes empresas que podem determinar sua própria remuneração, os espertalhões das finanças que ficam ricos com informação privilegiada ou recebendo honorários injustos de investidores ingênuos.

Como já disse, a economia real tem elementos dessas três histórias. Seria estupidez negar que algumas pessoas sejam, de fato, muito mais produtivas que a média. Mas seria estupidez também negar que um grande sucesso nos negócios (na verdade, também em qualquer outra coisa) dependa bastante da sorte; não só a sorte de ser o primeiro a ter uma ideia ou estratégia muito rentável, mas também de ter nascido na família certa.

E claro que o poder também é um fator importante. Lendo alguém como Graham, é possível imaginar que os ricos dos Estados Unidos sejam, na maioria, empreendedores. Na verdade, o 0,1% mais rico é composto principalmente por executivos. E embora alguns deles tenham amealhado sua fortuna embarcando em operações arriscadas, o mais provável é que a maioria tenha chegado lá subindo uma sólida escada empresarial. E o aumento da renda dos que estão acima de todos é reflexo dos estratosféricos salários dos executivos, não de prêmios à inovação.

Mas, em todo caso, a pergunta interessante é se podemos redistribuir uma parte da renda que atualmente vai parar nas elites minoritárias, destinando-a a outros fins sem anestesiar o progresso econômico.

Não venham dizer que a redistribuição é um mal por si só. Mesmo que a renda elevada fosse um reflexo perfeito da produtividade, os resultados do mercado não equivaleriam a uma justificativa moral. E, visto que a riqueza costuma ser reflexo da sorte ou do poder, há muitos argumentos a favor de que parte dessa riqueza seja recolhida na forma de impostos e usada para fortalecer a sociedade como um todo, desde que não sejam destruídos os incentivos para continuar criando mais riqueza.

E não há motivos para pensar que eles seriam destruídos. Se olharmos para trás, os Estados Unidos alcançaram seu crescimento e seu progresso tecnológico mais rápidos durante as décadas de 1950 e 1960, embora os impostos fossem muito mais altos e a desigualdade, muito menor que hoje em dia.

No mundo atual, os países com impostos elevados e pouca desigualdade, como a Suécia, são também muito inovadores e têm muitas empresas criadas recentemente. Isso pode ser devido, em parte, ao fato de uma rede de seguridade social sólida incentivar que se assumam riscos: as pessoas se dispõem a procurar ouro, mesmo que o sucesso da empreitada não as deixe tão ricas quanto antes, quando sabem que não vão morrer de fome caso voltem de mãos vazias.

Enfim, voltando à minha pergunta inicial, não, os ricos não precisam ser tão ricos como são. A desigualdade é inevitável; a desigualdade extrema que existe hoje nos Estados Unidos não é.

*Paul Krugman é ganhador do prêmio Nobel de Economia em 2008.



Fonte: El País

http://www.vermelho.org.br/noticia/275188-2

Riqueza de 1% da população é superior à dos outros 99% 18/01/2016



A riqueza acumulada por 1% da população mundial, os mais ricos, superou a dos 99% restantes em 2015, um ano mais cedo do que se previa, informou nesta segunda-feira (18) a ONG Oxfam, a dois dias do Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça.


Reprodução Segundo o estudo, 62 pessoas possuem tanto capital como a metade mais pobre da população mundial “O fosso entre a parcela dos mais ricos e o resto da população aumentou de forma dramática nos últimos 12 meses”, diz relatório da ONG britânica, intitulado “Uma economia a serviço de 1%”. “No ano passado, a Oxfam estimava que isso fosse ocorrer em 2016. No entanto, aconteceu em 2015, um ano antes”, destaca no texto.

Para mostrar o agravamento da desigualdade nos últimos anos, a organização estima que “62 pessoas têm tanto capital como a metade mais pobre da população mundial”, quando, há cinco anos, era a riqueza de 388 pessoas que estava equiparada a essa metade.

A dois dias do Fórum Econômico Mundial de Davos, onde vão se encontrar os líderes políticos e representantes das empresas mais influentes do mundo, a Oxfam pede a ação dos países em relação a essa realidade.

“Não podemos continuar a deixar que milhões de pessoas tenham fome, quando os recursos para ajuda estão concentrados, no mais alto nível, em tão poucas pessoas”, afirma Manon Aubry, diretora dos Assuntos de Justiça Fiscal e Desigualdades da Oxfam na França.

Segundo a ONG, “desde o início do século 21 a metade mais pobre da humanidade se beneficia de menos de 1% do aumento total da riqueza mundial, enquanto a parcela de 1% dos mais ricos partilhou metade do mesmo aumento”.

Para combater o crescimento dessas desigualdades, a Oxfam pede o fim da “era dos paraísos fiscais”, acrescentando que nove em dez empresas que figuram entre “os sócios estratégicos” do Fórum Econômico Mundial de Davos “estão presentes em pelo menos um paraíso fiscal”.

“Devemos abordar os governos, as empresas e as elites econômicas presentes em Davos para que se empenhem a fim de acabar com esta era de paraísos fiscais, que alimenta as desigualdades globais”, diz Winnie Byanyima, diretor-geral da Oxfam International, que estará em Davos.

No ano passado, vários economistas contestaram a metodologia utilizada pela Oxfam. A ONG defendeu o método utilizado no estudo de forma simples: o cálculo do patrimônio líquido, ou seja, os ativos menos a dívida.

A pequena localidade suíça de Davos vai acolher, a partir da próxima quarta-feira (20), líderes políticos e empresários para debater a 4ª Revolução Industrial.



Fonte: Agência Brasil

http://www.vermelho.org.br/noticia/275152-10